Interrogatório
Segunda-feira,
29 de outubro de 2012, 11ª Delegacia de homicídios da cidade de Brejo Seco.
Sob
a direção de o Delegado Titular desta unidade procede-se o interrogatório do
Sr. João da Silva.
Delegado:
Bom dia Sr. João da Silva, explique-me com detalhes o que ocorreu na sua
residência nesse dia.
Sr.
João: Bom dia Senhor Delegado, confesso que em toda minha vida nunca vi nada
tão deprimente que se compare ao que observei nessa manhã. Sempre fui uma
pessoa que nunca compartilhei com a bandidagem, mas assim mesmo acho que
tentaram me colocar em uma armadilha.
Delegado:
Sr. João, então explique com detalhes quais foram suas atividades na manhã
deste dia, e o que foi que o senhor viu.
Sr.
João: Nessa manhã, acordei às 7 horas, me levantei e fui ao banheiro, e
enquanto escovava meus dentes ouvi a campainha tocar, enxuguei o rosto
apressadamente, saí do banheiro e fui até a porta que estava trancada,
destranquei-a e ao abrir, vi um homem caído na soleira.
Delegado:
Então explique qual foi a sua atitude nesse momento?
Sr
João: A minha primeira reação foi olhar para todos os lados procurando saber se
havia alguém em atitude suspeita, mas nesse momento, já não havia ninguém,
também não ouvi nenhum barulho estranho a não ser latidos de cães, talvez ainda
assustados com o que perceberam durante a noite.
Delegado:
O senhor pediu ajuda a algum vizinho ou a alguém que passava pela rua?
Sr
João: Não, só tentei prestar algum tipo de socorro, mas percebi que o corpo já
estava frio e rígido, foi aí que percebi que já era um defunto. Então, entrei
em casa apanhei o telefone que fica na mesinha de centro e liguei para policia
militar relatando o ocorrido.
Delegado:
E o que foi que a policia disse?
Sr
João: Bem ela disse que já estava a caminho e que não iria demorar. Depois de
um tempo fiquei intrigado com aquele toque de campainha, pois quem apertou, não
quis ser identificado. Na rua que moro tem algumas câmeras, acho que o Sr
poderia pedir essas imagens, talvez isso possa ajudar.
Delegado:
Olha Sr João, apesar da sua preocupação, esse assunto não vai parar por aqui, e
o senhor vai ser intimado a comparecer mais vezes aqui para depor sobre esse
fato, pois como o corpo estava praticamente na sua porta, precisamos eximir
qualquer tipo de culpa sobre o senhor, e também vamos até o bairro conversar
com toda a vizinhança. Porém, acho isso tudo muito estranho e vejo que ainda
tem muita coisa a ser esclarecida.
Por Edmílson Moreira Pedrosa
Por Edmílson Moreira Pedrosa
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